Oh... é verde!
Por falar em coisas verdes e estranhas, os cientistas de Taiwan recentemente conseguiram criar leitões transgênicos totalmente flourescentes. Verde, mesmo, daqueles que brilham no escuro. Pegaram material genético de águas-vivas e injetaram nos embriões suínos. Até aí, nada de novo: só mais uma esquisitice asiática. Mas fiquei intrigado: Porque alguém iria querer produzir porquinhos que brilham no escuro? Se fosse, pelo menos, fluorescência peniana, até poderia entender que seria divertido. Mas um porco?
A razão, depois soube, não é a baixaria que pensei de início. Trata-se de parte da pesquisa com células-tronco. Como o porquinho "fashion" brilha por inteiro, as células-tronco tiradas dele também apresentam a mesma característica. Assim, fica mais fácil para os pesquisadores acompanhar a evolução daquelas células depois que são injetadas em outras cobaias sem a mesma resplandescência.
Ah... antes que esqueça: os nomes daqueles outros três porquinhos são Prático, Heitor e Horácio.
Toro!
Erva de um passado distante
A novidade é que os cientistas estão intrigados com uma delas, de um homem de cerca de 45 anos cuja morte ocorreu há 2.800 anos - muito anterior às demais. Os chineses estão tentando entender, também, o por quê dos traços caucasianos - pele branca, nariz de romano, olhos fundos... e junto ao corpo, um saquinho com folhas de maconha! Apesar da idade, a múmia está intacta e suas roupas também. Quer mais? Urumqi, a capital da província, está localizada no coração da antiga "rota da seda", e é o centro islâmico da China, com dezenas de mesquitas espalhadas pela cidade. Cartazes e placas informativas são escritos até hoje em Chinês e em Uyghur, uma língua que usa a grafia árabe desde o século X.
In memoriam pater meum
"A terra, mãe das árvores e das flores, recebe o teu corpo mas teu cérebro não será cinza, será luz; teu coração não será pó, será árvore que agasalha. Tu, que viveste repartindo bondade, infinitamente repartindo, viverás nas folhas, nas flores, nos ventos, nas saudades. Não morre quem nos outros vive; não morre quem nos vivos vive." -W. Berardinelli (1903-1956)
Blog, interrompido
Blá, blá , blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá.
A pequena morte
Entra em cena o "Beautiful Agony": um site dedicado à beleza do orgasmo humano (sic). Pode ser uma experiência muito erótica -- embora a única nudez exibida seja do pescoço para cima. Os "contribuintes" filmam-se tendo orgasmos e põem seus filminhos no site, para o deleite dos "associados". Segundo o dono do serviço, "não sabemos o que estão fazendo, nem como. Mas sabemos que é real e muito sexy". Pelo jeito, ninguém está mais preocupado com a quantidade de fluidos corpóreos derramada por aí.
Ah... isso é coisa de inglês. E sim, tem amostras grátis.
Ervas
Veja esse trecho de conversa entre Andy, o cunhado porra-louca, e Doug, membro do conselho municipal, enquanto se alternam cachimbando a "maria" (tradução minha):
- Bom, eu não vou pro Iraque lutar uma guerra de mentira por dinheiro de petróleo. - Guerra de mentira? E o onze de setembro? O Irã não escondeu os terroristas? - Estamos em guerra com o Iraque, Doug. E nenhum dos dois países teve nada a ver com a explosão das Torres Gêmeas. - Bem... os dois têm areia. - Bush invadiu uma nação soberana, afrontando as Nações Unidas. Ele é um criminoso de guerra. E agora querem que eu seja um de seus capangas, no meio do deserto, com a porra de um alvo na minha cabeça, esperando ir para os ares num carro com uma bomba armada por um moleque de 12 anos que adorava "Friends" e "Metallica" até que um de nossos mísseis explodiu a casa dele? Eu, não. | - Eles tinham armas de destruição em massa. - Nunca houve armas de destruição em massa! - Não? Bem... o que seja. Olhe, eu tenho um monte de coisas pra fazer. - Me diga uma só coisa que você tem que fazer que seja mais importante do que a tomada de nossa democracia pelas corporações? - Eu tenho que dar uma cagada. |
Só uma coisa: se você estiver fora dos Estados Unidos, poderá não ver o site do seriado. Os produtores (Showtime) costumam não permitir acesso externo. Eis o link: www.sho.com/site/weeds/home.do
Não permitem, mas não conseguem impedir. Entre no site www.proxy.org, digite o endereço acima, escolha um proxy e deixe o espírito de liberdade da Internet agir. E veja as novidades do seriado.
Santo de casa
Você pensou em Marconi, também, não é? Mas a verdade é que um brasileiro, um padre gaúcho, chamado Roberto Landell de Moura é que seria o nome certo. Marconi é o do telégrafo. Aquele que faz bi-biii-bi, sinais baseados no código bolado por Morse, com o operador fazendo curto-circuito nos fios. E Graham Bell é o do telefone. Na base do fio também. De um aparelho para outro, ligados entre si. Não existia a transmissão de voz, sem fios, pelo ar. Porque não sabíamos disso? Talvez pela incompreensão dos contemporâneos de Robertinho, o porra-louca da época: em lugar de receber glória, sofreu o ridículo e a perseguição. O homem era chamado de "lunático, louco, bruxo e diabólico". Nem os seus superiores religiosos foram capazes de apoiá-lo e chegaram a proibi-lo de continuar com suas "estranhas manias de inventar aparelhos elétricos e de tentar transmitir a voz a distância".
Em 1901, foi pra gringolândia, em busca de melhor sorte. Comeu o pão que o diabo amassou, mas conseguiu, pelo menos, patentear três inventos originais para "um transmissor de ondas", um tipo especial de "telégrafo sem fios" e outro de um modelo pioneiro de "telefone sem fios" (patentes de números 771.917, 775.337 e 775.846 do U.S. Patent Office). Voltando ao Brasil, continuou sem o apoio de seus conterrâneos. Tentou fazer a demonstração de seus equipamentos em navios da Marinha de Guerra, no Rio de Janeiro, mas não foi levado a sério. Conta-se que, quando um auxiliar do Presidente Rodrigues Alves lhe perguntou a que distância queria que os navios ficassem da costa, para a realização das experiências, o padre lhe respondeu: "A quantas milhas quiser, pois meus aparelhos podem funcionar a qualquer distância e poderão servir, no futuro, para comunicações interplanetárias". O pedido foi arquivado, sob a alegação de que a "Marinha tinha coisas mais importantes a fazer do que se submeter a experiências de padres malucos".
É isso aí, Robertinho, religioso e cientista (que mistura!): santo de casa não faz milagre. Mas quem sabe a Internet não consegue resgatar sua história e lhe fazer justiça? Já não seria sem tempo. Façam uma busca no Google a procura dele. Vocês vão se surpreender.
E repitam comigo: Landell de Moura, o pai da transmissão da voz por rádio, avô do telefone celular!
Tudo o que já foi, será.
A partir de outubro de 2006 os Estados Unidos passarão a emitir "passaportes digitais" para seus cidadãos. E poderão não aceitar a entrada de estrangeiros cujos países de origem não adotem também a mesma novidade tecnológica. O argumento é que esse tipo de passaporte, que leva um "chip" embutido e assinado digitalmente pelo país emissor, garantiria o fim das falsificações. O Brasil já anunciou que estava dentro. Outros países, sobretudo os europeus, também seguiram a idéia -- mas alguém pode ter puxado o gatilho antes da hora. O polêmico passaporte contém um "chip" que transmite os dados de identificação por rádio ("RFID - Radio Frequency Identification") que seriam captados automaticamente por dispositivos instalados nos guichês de controle de portos e fronteiras. Acontece que Lukas Grunwald, um consultor de segurança da informação alemão, afirma que os passaportes digitais são facilmente clonados. Demonstrou isso para a revista Wired e repetiu a demonstração semana passada, durante a "Black Hat" - um evento de segurança que ocorre em Las Vegas. O "Engadget", site de novidades tecnológicas anunciou que na Holanda, o programa de TV "Nieuwschlit" mostrou como uma empresa de segurança local conseguiu decifrar os dados gravados no protótipo do "e-Passaporte" holandês. Apesar de ser difícil alterar os dados criptografados no passaporte digital, o fato de que ele pode ser clonado com tanta facilidade é, no mínimo, assustador. O "The Register", inglês, fez uma matéria mostrando como é fácil clonar um passaporte biométrico. E para se falsificar uma identidade nem precisa clonar o documento inteiro. Basta copiar os dados para um cartão com "chip" (desses de banco, mesmo) e colocá-lo entre as páginas do passaporte. Como o dispositivo leitor só consegue "ler" um documento por vez, se o cartão ficar mais próximo dele, os dados do cartão é que serão processados. As maquinações não param por aí. Um leitor de RFID pode ser comprado pela Internet da empresa ACG Id (alemã), por exemplo. Ele pode também ser montado em casa por cerca de 200 dólares, diz Grunwald. Pode-se até adaptar uma antena em leitores de cartões já existentes. Além de servir para a clonagem, esses leitores podem ser acoplados a computadores do tipo "palmtop" e usados como dispositivos detonadores altamente seletivos: quando a vítima, carregando seu passaporte, se aproxima do aparelho leitor, a bomba explode! Se o objetivo principal do novo documento era garantir a identidade do titular, Grunwald aplicou uma bela rasteira no que ele chamou de "grupos de burocratas que tomam decisões a respeito de tecnologias que não entendem". O fornecedor da tecnologia de RFID dos passaportes brasileiros é a Bull, que em seu site anuncia que em dezembro de 2005, assinou contrato de 21 milhões de reais com o SERPRO para o fornecimento de produtos e serviços para uma solução de gerenciamento de controle de fronteira, para ser usado pela Polícia Federal. Mal o serviço foi idealizado, já surgiram as primeiras falsificações. Como nos velhos tempos do papel e prensa de tinta. Só que agora sai mais caro pra gente.
Quem avisa, amigo é.
"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. "Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso, não conhece a natureza humana." - Mikhail Alexandrovitch Bakunin, anarquista russo do séc. XIX.
Lucy in the Sky with Diamonds
Hoje ninguém mais pensa nisso. Todavia, para divertimento, que tal brincar de cores mágicas? Fixe o olhar no ponto preto, no centro da imagem abaixo. Depois de uns 30 segundos, passe o mouse sobre ela. As cores surgirão magicamente e ficarão lá enquanto você não desviar os olhos.
Marte não ataca!
Com muita classe
Os assuntos incluem as boas coisas da vida, carros, roupas, chapéus (claro), música, cinema, a II guerra e tudo o mais relacionado àquelas décadas. Ah... "fedora" é o nome daquele chapéu de feltro macio com vinco vertical característico.
Coup de Boule
Mesmo assim, os imigrantes daquele continente que foram ocupar empregos indesejáveis e seus descendentes continuam a não ter direito à cidadania francesa. Os primeiros, vá lá. Mas os filhos, que já nasceram no país, estudaram nas escolas e integram hoje a cultura local não merecem a negação da cidadania. Não têm sotaque de estrangeiro, não sabem de nada do país de origem dos pais, nem se interessam por eles - aliás, também não têm cidadania daqueles países. São franceses, mon Dieu!
Esta situação causa os mais terríveis conflitos pessoais, familiares e sociais: as famílias cujos pais são mulçumanos e as mães são francesas sofrem mais, pois os filhos (homens) vêem as mães como prostitutas dos pais. E as irmãs? Bom, é melhor não perguntar pro Zizou.
É de enlouquecer.
Coup de Boule
(baixe o arquivo mp3 do site L'Express)
Attention c'est la danse du coup de boule coup de boule
Coup de boule a droite
Coup de boule a gauche
Aller les bleus aller
Refrain
Zidane il a frappé
Zidane il a tapé ( 4 fois )
Le rital il a eu mal
Zidane il a frappé
L'italie ne va pas bien
Zidane il a tapé
L'arbitre la vu a la télé
Zidane il a frappé
Mais la coupe on la raté
On a quand même bien rigolé
Refrain
Trézégué n'a pas joué
Quand il a joué il a raté
Il a tout fait capoté
La coupe on la raté
Barthez n'a rien arrêté
C'est pourtant pas compliqué
Les sponsors sont tous fachés
Mais Chirac a bien parlé
Refrain
Attention c'est la danse du coup de boule coup de boule
Coup de boule a droite
Coup de boule a gauche
Coup de boule avant
Coup de boule arrière
Et maintenant Pénalty
Attention il va tiré 1, 2, 3, c'est raté
Refrain
On a quand même bien rigolé
Zidane et Trézégué
La coupe on la raté
Zidane et Trézégué ( 2fois )
Et Trézégué
Você tá morto!
O jogo se chama "StreetWars" (www.streetwars.net). É um tipo de RPG, no qual os participantes brincam de faz-de-conta. Neste caso, fazem de conta que são assassinos profissionais. No início das três semanas que dura cada torneio, cada jogador recebe um envelope contendo nome, foto, telefone, endereços do trabalho e da casa de seu "alvo". Caso consiga "eliminá-lo", fica com o envelope do "morto", e este passa a ser seu novo "alvo". Isso continua até que o jogador recupere o envelope com seu nome e foto. Ou "morra" tentando. As "armas" podem ser balões e pistolas d'água e variantes que tenham o mesmo efeito de jogar água nas "vítimas".
Apesar do jogo já ter acontecido em Nova York, Vancouver, Viena, São Francisco e Los Angeles, a polícia londrina avisou que não vai dar mole: "Ver pessoas se comportando de maneira suspeita e carregando o que parecem ser armas verdadeiras no metrô de Londres vai causar medo aos passageiros e aos funcionários" disse a Polícia de Transportes Britânica à agência de notícias Reuters. Na hora vem a lembrança do que a polícia londrina fez com o brasileiro Jean Charles de Menezes em julho do ano passado.
Vamos torcer para que nessa brincadeira ninguém acabe se queimando. Ou se molhando.
Água mole em pedra dura...
Semana passada, pelo menos 5.000 membros da WUJS ("World Union of Jewish Students" - União Mundial dos Estudantes Judeus) copiaram para seus computadores pessoais um programa chamado de "Megaphone" que os alertam sobre discussões anti-israelenses na Internet ou sobre "sites" onde estariam havendo pesquisas de opinião sobre o assunto. A partir dessas informações, eles entram nas salas de bate-papo expressando idéias contrárias ou votam favoravelmente à política de Israel. A busca identifica os idiomas nos quais as discussões ocorrem, para que os ativistas atuem nas línguas que dominam e assim possam influenciar nos resultados das pesquisas e alterar o curso de um debate.
Não acredita? O endereço é www.giyus.org. Lá está escrito que "Os conflitos de hoje são vencidos pela opinião pública. Agora é a hora de ser ativo e mostrar o lado de Israel para o mundo." Hmmm.
Ah! Como era grande!
O que me surpreendeu, no entanto, foi que os jornalistas apressadinhos e blogueiros automatizados sequer perceberam que se tratava de um jogo de publicidade, sim - mas de outro tipo. Pois bem, descobri que um daqueles satélite de captura de imagens passaria por uma praia, perto de Fortaleza, em alguns dias. Resolvi então contratar alguns moleques para cavarem a minha foto na areia, para ver se apareceria no mapa, também. Tinha que ser enorme, cerca de 80 metros de largura, e tinha que ser feito na maré baixa do dia em que o satélite passasse por lá. E não é que deu certo? O resultado está aí. Se quiser ver por si mesmo, basta entrar no Google Earth e passear na costa cearense seguindo o rumo leste para sudeste a partir da capital. Também posso mandar o link de localização por e-mail, para ir direto ao ponto. Deixe um comentário com seu endereço que eu o mandarei para você.
Ah! Ia esquecendo: Tudo em nome da alegria!
Môni que é gúdi
É surpreendente como algumas pessoas acreditam que jogando uma palavra estrangeira aqui e acolá demonstrariam maior saber ou cultura. Alô! É pura cafonice e mau gosto! Isto, em si, nem é tão ruim - gosto não se discute. O problema é que o falar pressupõe a intenção de transmitir uma idéia, que está na cabeça de quem fala. O receptor deve ser capaz de entender a mensagem e transformá-la de novo em idéia, desta vez na sua própria cabeça. A transmissão de idéias é mais eficaz quando são usados conceitos já conhecidos, que dispensem explicações adicionais. Se os interlocutores conseguem entender termos de outros idiomas, ótimo. Caso contrário, a preferência deve ser dada àqueles de raizes portuguesas, em nome da boa comunicação. É o que deve ser feito quando se fala para público, por exemplo.
Veja a área da Informática. É fértil em abusos. Em geral são conseqüência de má traduções de livros técnicos, às vezes feitas por processos automatizados, que ignoram a gramática. Passou-se a usar termos legítimos, com origem e significado definidos, com o sentido de outros, com a maior cara de pau. Chuta-se a concordância para escateio e inventa-se tempos de verbos sem o menor pudor. Aí não se trata de neologismo. É erro mesmo. Por que "setar" e "resetar", quando podemos ligar/desligar, habilitar/desabilitar ou ativar/desativar? "Apagar" apaga menos do que "deletar"? "Requerimentos" de um sistema pode até existir, mas seus "requisitos" seriam indispensáveis. "Entrar com um valor" só faz sentido se for para entrar numa cota ou vaquinha. "Informar um valor" é tão mais claro! Quantas vezes não ouvimos um "vou estar enviando" ou "vou estar ligando de volta" de uma central de atendimento? Gostaria de saber que tempo de verbo é esse.
Língua que não se moderniza, morre. Ou você conhece algum lugar no qual se fale latim coloquialmente? Neste ponto, o português vai bem, obrigado. O problema são as pessoas que o falam.
Tesão, eu?
Mas você já ouviu falar na Síndrome da Excitação Sexual Persistente, ou PSAS, sigla do termo em inglês, "Persistent Sexual Arousal Syndrome"? Embora rara, é uma disfunção sexual feminina conhecida há, pelo menos, dez anos. A causa ainda é desconhecida. Parece surgir de um punhado de fatores coincidentes, entre os quais o uso de antidepressivos à base de Trazodone. A PSAS causa excitação involuntária (não precisa nem pensar "naquilo") e constante necessidade de orgasmos. Muitos. Com ou sem parceiros. O tempo todo. Em qualquer lugar. Andar de bicicleta está fora de questão. Andar de carro, metrô, ônibus é uma tortura. Os estímulos tornam difícil manter a concentração no trabalho. A vida social vai pro brejo, por causa da distração e desconforto causados pelos impulsos. A mulheres com esse problema chegam a ter 300 orgasmos por dia. Algumas até mais.
É verdade. Como dizia minha avó: tudo demais é veneno.
Chega a dar saudade
O que talvez pouca gente conheça são alguns outros números relativos ao Iraque ocupado e que são monitorados diariamente por entidades de direitos humanos pelo mundo afora, como a Iraq Body Count e a Justice Not Vengeance. De primeiro de maio de 2003 (quando o presidente Bush anunciou que "as principais operações de combate tinham terminado") até a data de aniversário da invasão, 19 de março de 2004 (324 dias), o número de civis mortos era de 6.331. Não estão incluídos, portanto, outros 7.312 mortos e 17.298 feridos nos primeiros 42 dias da invasão. No segundo ano (365 dias depois), o total foi de 11.312 vítimas. No terceiro ano (346 dias de registros), 12.617. Nesta última contagem, de 2006, ainda não haviam sido registradas oficialmente as mortes ocorridas em março nem aquelas decorrentes do ataque à mesquita de Samarra em 22 de fevereiro, que o jornal Washington Post estima chegar a 1.300. Todos esses números referem-se a não-combatentes: homens, mulheres e crianças.
38.872 civis mortos no Iraque depois da invasão. Uma média de 12.957 pessoas por ano. "Tio" Bush dá uma surra no seu antigo sócio e ensina: "Tá vendo, Saddy, assim é que se mata!"
Sufoco na boca
Nem me importo se o Exército fez ou não acordo para a devolução das armas roubadas do quartel em São Cristóvão (RJ) dia 3. O que está claro é que existe, sim, remédio contra o tráfico - pelo menos no Rio de Janeiro: com a tropa na entrada do morro, a clientela bacana não subiu, as "entregas em domicílio" foram canceladas e as bocas de fumo não operaram.
Nas palavras do relações-públicas do Comando Militar do Leste, coronel Fernando Lemos, "o tráfico, com as nossas ações, teve um prejuízo enorme". Não diga! Sitiar fortalezas é tática mais do que conhecida desde a antiguidade, com certificado de garantia e tudo. Confira alguns cercos famosos: Jericó (1.405 a.C.), Tróia (1.250 a.C.), Constantinopla (1.453), Malta (1.565), La Rochelle (1.627), Leningrado (1.941), Dien Bien Phu (1.954), Beirute (1.982), Sarajevo (1.991)... Mas nenhum foi tão violento quanto aquele contra a cidade de Merv, em 1.221, por um exército mongol comandado por Tolui, filho de Genghis Khan. Segundo historiadores islâmicos, após uma rendição pacífica, cada soldado foi obrigado a decapitar, pessoalmente, 300 (trezentas) pessoas - entre homens, mulheres e crianças.
Estamos no século 21. A marginália pode ser eliminada por simples inanição. Sem tiroteios, incursões teatrais ladeiras acima, inocentes mortos. Falta explicar por que, sabendo-se a fórmula do remédio, constatando-se sua eficácia, tendo-se os recursos necessários e contando-se com o apoio popular, não se termina de vez com o tráfico nos morros?
Bem, talvez todos saibamos, mas é difícil aceitar a verdade.
Um sonho nos céus
Mas o que chama mesmo a atenção é o seu interior, para nenhum fã de "Jornada nas Estrelas" botar defeito. Na galeria de fotos da Boeing tem mais...
Rapidinhas...
Aí dentro, Babau!
Quanto samos? Samos seis!
Quanto samos? Samos seis!
Cavaleiros da táuba redonda,
Está junto com vocês!
Esqueça rima, métrica. A poesia é plebéia, simples como o próprio poeta. A melodia acompanha. Mas tem autoridade boêmia e competência etílica para agradar irresistivelmente qualquer um que tenha ficado de fogo um dia, em ridículo maravilhoso. Outras pérolas: Bebe água galinha, Bota a cabra pra berrar e Golada da choppada do Magão. Com vocês, Babau do Pandeiro.
Trecho de entrevista na qual fala de sua vida:
Eu comecei no triângulo acompanhando sanfoneiro, em 72 mais ou menos é que passei pro pandeiro. Cantor mesmo, fazer show, foi só no ano passado. Eu nem podia imaginar que ia acontecer isso que está acontecendo. Gravei meu primeiro CD num estúdio do Centro, só na voz e no pandeiro. Eu nem sabia o que era direito, chamava "compat". Hoje já estou com três CDs. Eu calculo que já vendi uns seis mil CDs, só de mão em mão. Não tem em loja. Fora o que a negada está pirateando por aí. Eu sei que no interior e pelo Centro tem muita loja vendendo piratas dos meus CDs. Até já me disseram para ir na Polícia Federal para ver isso. Não sei se é lá mesmo que é pra ver isso... Ainda não fui porque estou com medo de dar viagem perdida.
Só podia ser cearense.
A máscara que cai
Ah, antes que esqueça: O tal deputado é aquele pastor evangélico que acha que o estado deve financiar "tratamento" para gays e lésbicas que queiram mudar sua opção sexual...
Tristeza capital
De acordo com o deputado do PFL Roberto Brant (MG), em seu discurso de defesa, Estamos aqui, considerando a hipótese de cassar 18 parlamentares. Nem se uma hecatombe moral tivesse caído sobre nós não se justificaria um desastre dessa dimensão e dessa escala. Acho que é hecatombe moral, sim. E não acho que seria desastre, mas justiça exemplar. Será que também redefiniram esses termos e não fiquei sabendo?
Ano novo
não é novo nem feliz.
É um velhinho doente
que aperta seu nariz
querendo, daqui pra frente,
mais amor, paz e carinho
pra ver se ainda tem jeito
o nosso pobre mundinho...