Churrasco de domingo


Inscrição encontrada no monte Nebo, na Jordânia, do lado direito do rio Jordão. A citação original está na Primeira Epístola de S. João: "Ho Theòs agápe estín" ou "Deus caritas est", frase também utilizada na primeira encíclica do papa Bento XVI (sic, via FB).

Como passaram de "Deus, o banquete está servido" em grego, para "Deus é caridade" em latim, só Deus sabe (não resisti). O Edélcio traduziu para "Deus, o banquete está servido pra galera". Adorei (não resisti de novo). A versão do Capitão Isaías é mais clara:

Isaías, capítulo 49 versículos 25 e 26:
25 Eis o que diz o Senhor: sim, a presa do bravo lhe será retirada, a presa do robusto guerreiro lhe escapará; sustentarei tua causa contra teu adversário, libertarei eu mesmo teus filhos.
26 Farei teus opressores comerem sua própria carne, embriagar-se-ão com seu próprio sangue, como se fosse vinho. E toda criatura saberá que sou eu o Senhor, teu Salvador, teu Redentor, o Poderoso de Jacó.

Só faltou a farofa.

Os pensamentos são livres



Die Gedanken sind frei é o título de uma canção do folclore alemão do século XVI sobre a liberdade de pensamento. O texto começou a aparecer em panfletos em 1780 e tinha originalmente quatro estrofes. Depois surgiu uma quinta, e algumas variantes. Eu traduzi rapidamente a letra original assim:

Os pensamentos são livres, quem pode adivinhá-los?
São como sombras que voam pela noite.
Ninguém consegue descobrí-los,
nenhum caçador abatê-los com pólvora e chumbo.
Os pensamentos são livres!

Penso o que quero, o que me dá prazer,
sorrateiramente, como deve ser.
O que desejo ninguém pode me negar.
E fica assim:
Os pensamentos são livres!

Mesmo que me joguem na prisão mais sombria,
será trabalho inútil
porque meus pensamentos rasgam
todas muralhas e portões
Os pensamentos são livres!

Então renunciarei minhas tristezas
Não vou me afligir com caprichos.
No coração, pode-se sempre rir e brincar
E pensar sempre:
Os pensamentos são livres!

Ela ficou famosa como canção de protesto contra a repressão política e a censura da imprensa, por causa do "Decreto de Carlsbad", de 1819, durante o Império Austríaco, que extigüiu associações estudantis e criou inspetores nas universidades. Foi proibida durante a alemanha nazista, pois era importante para o movimento de resistência Rosa Branca. Conta-se que uma noite de 1942, Sophie Scholl, uma das líderes do movimento, tocou esta música em sua flauta, do lado de fora dos muros da prisão de Ulm, onde seu pai estava preso por ter chamado Hitler de "flagelo de Deus". Todos os líderes foram decapitados em 1943.
 
Peter Seeger, músico e ativista de direitos humanos gravou-a em seu disco de 1966, "Dangerous Songs!?" bem como outros artistas de vários continentes. Minha versão favorita é a das "Brazilian Girls":


Jenny, o pirata




Feliz Ano Novo!

Lotte Lenya cantando "Seeräuber Jenny", de Brecht. A versão mais conhecida atualmente é a de Nina Simone (que gosto muito), por conta do sucesso do filme Watchmen. Esta, porém, tem sabor especial. A letra, traduzida para o inglês na legenda, é mais próxima do original, em alemão.