Conforto no ar não é novidade III

Vejam que maravilha que o Paulo Márcio encontrou nos alfarrábios do avô. Os "clippers" eram grandes e rápidos veleiros de muitos mastros do século IXX. A antiga PanAm chamou de "Clipper" seus aviões de longo alcance, inspirada naqueles navios. Na época, eram os únicos aviões americanos capazes de vôos intercontinentais. Eles serviram as rotas mundiais de 1930 até 1942, quando foram comissionados para atuar na Segunda Guerra Mundial. Curiosidade: Gene Rodenberry, criador da famosa série de ficção "Star Trek", era piloto desses aviões e sobreviveu a uma queda a bordo do "Clipper Eclipse", em 1947, na Síria. Trechos do panfleto:

O mais novo, mais moderno e mais luxuoso
Serviço Aéreo do Mundo...
O Clipper de Dois Andares
Esta gigantesca aeronave dispõe de ar acondicionado e nivelador de pressão, o que mantém em seu interior as condições atmosféricas do nível do mar, quando se vôa a uma altitude de sete mil metros. A cabine principal para os passageiros dispõe de vasto espaço entre as poltronas, que são, elas próprias, amplas e confortáveis, acolchoadas de espuma de borracha. Uma escada em espiral, forrada de espessos tapetes, liga a cabine principal à espaçosa sala-de-estar do andar térreo.



O "Presidente" apresenta estes serviços exclusivos:


  • Todos podem dormir confortavelmente! Entre Trinidad e o Rio de Janeiro, trecho noturno da viagem, os passageiros gozam do esplêndido confôrto de uma Sleeperette ou, mediante uma pequena taxa adicional, um leito espaçoso e macio.
  • Magníficas refeições... inclusive um jantar de sete pratos, regado a champagne e licores finos.
  • Orquídeas e perfume para as senhoras.
  • Sala-de-estar no andar térreo para cocktails e entretenimentos.
  • Vários aero-moços para serví-lo.
  • E ainda... todas as vantagens de rapidez e confôrto que V. só encontrará no Clipper de Dois Andares.

A módica sobretaxa cobrada pelo superior serviço do "Presidente" reverterá sobejamente em espaçoso confôrto e luxo para V.

Conexões diretas em New York com outros vôos em Clipper de Dois Andares para a Europa.

Não é exagero dizer que este novo Clipper de Dois Andares da PAA é, na verdade, o mais eficiente e requintado dos aviões de nossa era.

Mais informações do panfleto. Clique na imagem para vê-la em tamanho maior.

Santo remédio

Em artigo da National Geographic News, Roger Short, biólogo reprodutivo da universidade de Melbourn, explica que o sumo de limão pode ser uma arma potente no combate a AIDS em países em desenvolvimento. Além disso, ele afirma que "o sumo do limão é usado na região do Mediterrâneo há quase 300 anos como contraceptivo, bem como em algumas partes da África".

Como o brasileiro gosta de juntar o útil ao agradável, já há quem recomende espremer o limão na vagina, adicionar um pouco de açúcar, gelo e pinga e, na hora da relação sexual, usar o pênis como socador. Obtém-se assim nova caipirinha: a caipixota (ou caipiceta). Os gourmets, de gosto mais refinado, dão-lhe o nome de caipigina. E usam canudinho.

Nunca antes neste país...

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República publicou no Diário Oficial da União de 31 de outubro de 2007, edital para contratação de três agências de publicidade para atender às necessidades da PR. Administrarão verba estimada em R$ 150 milhões anuais.

Licitação anterior, feita em julho de 2003, teve como vencedoras a Duda Propaganda, Lew,Lara e Matisse. A Duda Propaganda foi dispensada em 2005, após as denúncias de envolvimento de Duda Mendonça no esquema do mensalão. Continuaram valendo os contratos com Lew,Lara e Matisse.

Segundo matéria do informativo "Propaganda & Marketing", a Secom também estaria prestes a publicar outro edital para a "contratação de uma empresa de relações públicas para promoção do Brasil no exterior".

Promoção... em que sentido? Seria no sentido da nova "Braziltour"? Dificilmente seria no sentido "Brazil Tradenet", que é bicho esquisito. Por falar nisso, não existe um tal de Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior?

Jantinha


Bolsa-família, bolsa-educação... Desta vez não rolou um 'vale-refeição'. Pelo menos, o título de eleitor 'deste país' está garantido. Não se precisa provar conhecimento para se obter um, mesmo.

O jogo dos sete erros

Adoro as histórias tresloucadas que aparecem na Internet. Fico intrigado com a origem de tanta inspiração. Acabo de receber notícias de Paris, sobre o mais novo "Scandale au Brésil", divulgado no ciberespaço. No e-mail, lia-se que "as sandálias Havaianas, usadas em todo o mundo e fabricadas na China, causam revolta em milhões(!) de consumidores que as compraram. Feitas com corantes tóxicos, elas causam feridas nos pés de quem as usa". E vinha com fotos para comprovar a notícia. O curioso é que foi justamente a distribuidora francesa uma das que mais trabalhou o conceito da marca e fez parcerias com grandes lojas como Les Galeries Lafayette e Le Bon Marché. Em 2003, todas as modelos do estilista Jean-Paul Gaultier desfilaram com Havaianas nos pés.



Que horror!

Quem não é brasileiro provavelmente nunca ouviu falar de que "as Havaianas não soltam as tiras, não deformam e não têm cheiro". Há 45 anos no mercado, acho difícil acreditar que o fabricante, que ganhou espaço em todos os continentes, fosse utilizar produtos com tal grau de toxicidade e com a aparência tão grosseira. Chico Anysio repetia na TV dos anos setenta: "As legítimas". Mais do que bordão comercial, servia para lembrar aos compradores que a concorrência podia não seguir o mesmo padrão de qualidade da pioneira. É isso mesmo, a sandália de borracha inspirada nos calçados japoneses feitos de madeira e palha de arroz, chamados "zori", começou a ser produzida no Brasil em 1962. A São Paulo Alpargatas produz cerca de 105 milhões de pares anualmente em sua fábrica em Campina Grande, no estado da Paraíba. Já ouvi nordestino ser chamado de muita coisa. De chinês, é a primeira vez. E a marca?. Onde já se viu uma Havaianas não ter o logotipo em alto relevo na palmilha nem o nome gravado nas tiras? Mas nosso irmãos europeus não sabem disso.

De todo modo, isso não quer dizer que não se possa enxergar alguma verdade na história. Repare que elas são vendidas no Canadá a $22, nos Estados Unidos a $17, na Austrália a $25, na Europa a €20 (!) e no Brasil a R$23. A julgar pelo preço que está na etiqueta, $2.44 (não identifiquei a moeda) só mesmo um negócio da China!

Em tempo: Apesar do sucesso do produto, odiava quando minha mãe me obrigava a calçar as benditas "chinelas japonesas", quando criança. A tira que fica entre os dedos sempre me incomodou. Questão de gosto...

Conforto no ar não é novidade II

Não sou muito de postar imagens, sem fazer comentário ou reclamar de alguma coisa. Mas quase dá para fazer uma exceção, no caso destas aqui. As imagens falam por si. Se você tem que viajar a serviço, sabe muito bem o que é encarar 12 horas numa lata de sardinha, dividindo um mínimo de espaço com viajantes-deslumbrados-pela-primeira-viagem, gringos mal-educados que pensam que são os donos do mundo, emergentes que passam o tempo todo falando da 'última vez que estivémos em Paris' (eu sei que estivemos não tem acento agudo, eles, não)...

Brasileiro acha que viajar a serviço é "chique". Pro exterior, nem se fala. Pode voltar para a terrinha e dizer que esteve na Zoropa. Vale mais que um aumento de salário! Já virou prêmio. Na gringolândia o empregador puxa saco, dá hora-extra, bônus. Sabe que o desconforto é grande e que o empregado está, de fato, no trabalho, as 24 horas do dia - só volta para casa no final da viagem. Por isso existe a tal 'classe executiva', mal traduzida de 'business class', que no termo original não restringe o entendimento apenas aos 'executivos'. Afinal, técnico, como eu, também viaja a negócios. Ou melhor, a serviço de alguma empresa ou órgão do governo. Se não sou turista, porque minha classe é 'econômica' ou 'turista'? Quando chego ao destino, não vou encontrar amigos nem passear em lugares pitorescos. Encaro um dia de trabalho intenso ("afinal, a viagem não era exatamente para isso?") e ninguém quer saber do tal "jet-lag" - isso só acontece em novela, com atores lindos e madames sensíveis.

Enquanto isso, babem comigo: (cliquem na imagem para vê-las em tamanho maior)

Com a palavra, Sua Majestade





- ¡Cállate!


Falou e disse.

Estonteante

(clique na imagem para ver o movimento)

Para que lado ela gira?

Se você consegue vê-la girar no sentido horário, é o seu lado direito do cérebro que está agindo. Se você percebe o movimento contrário, no sentido anti-horário, é o lado esquerdo que está no comando. Algumas pessoas conseguem vê-la girar para ambos os lados, mas comumente só se consegue perceber o movimento em um dos sentidos. Se você tentar vê-la girar no sentido oposto e conseguir, parabéns. Só pessoas muito inteligentes são capazes de usar ambos os lados do cérebro simultaneamente.

Eu, por exemplo, só consigo vê-la parada. Garçom, mais um chope! Divirtam-se.

Papai Noel bolivariano

O embaixador do Brasil na Venezuela, João Carlos de Souza-Gomes, foi chamado para mais uma conversa com o presidente Hugo Chavez. O assunto da vez: o Coronel vai presentear ao colega Boliviano, Evo Morales, uma aeronave da Embraer e gostaria que o governo brasileiro agilizasse os trâmites da aquisição. "Ele [Morales] precisa ter um avião presidencial também", teria justificado o presidente venezuelano durante a conversa.

Pura fofoca?

Conforto no ar não é novidade

Pra quem pensa que conforto em viagem aérea é coisa nova, vale a pena lembrar do Dornier DO-X 1929. O Flugschiff (navio voador), como era chamado, era um hidroavião de 55 toneladas, o maior do seu tipo na época, com 12 motores curiosamente em pares, um de frente para o outro. Veja outras fotos.

Em 5 de novembro de 1930, fez uma viagem promocional de 45 mil quilômetros entre a Europa, África e as Américas do Norte e do Sul. Foi um grande sucesso, embora nunca tenha sido usado pela aviação comercial. Apesar de ter sido comprado pela Lufthansa, o único exemplar existente foi destruído nos ataques aéreos a Berlin, durante a Segunda Guerra Mundial.

Mas para quem viajou nele, deve ter sido um sonho. O transatlântico voador tinha três andares: no superior, ficavam a cabine dos pilotos, a engenharia, navegação e a radiotelegrafia; no principal ficavam os passageiros e suas bagagens (como ter mala extraviada?); no inferior, o combustível e as instalações de apoio.

Seu criador, Claude Dornier, projetou um verdadeiro navio dos céus, com todas as regalias e conforto de um clube social de luxo. Seus 70 passageiros podiam usufruir de cabines-dormitório, sala de estar, sala de chá, restaurante, bar e biblioteca, tudo mobiliado com o mais fino gosto e, naturalmente, sofás de couro, porcelana finísima e legítimos tapetes persas. 14 pessoas compunham a tripulação, o que proporcionava, em média, nada menos que um atendente para cada 5 passageiros!

Curiosidade: fez escala no Brasil, no início de 1931, alguns meses antes da inauguração da estátua do Cristo Redentor.