Propaganda enganosa #080902


É impressionante a cara-de-pau da nossa SECOM/PR. No "span" diário que todos recebemos, esta notícia, para mim, foi a gota d'água: Observem como a chamada do artigo foi cuidadosamente escrita para passar a idéia que iniciamos a produção de petróleo da camada pré-sal.

Na verdade, trata-se de primeira perfuração de avaliação. O poço vai ser analisado por período entre seis meses e um ano. Foi feito na camada mais fina, de cerca de quatro mil metros (o resto da bacia tem espessuras de até oito mil metros), exatamente porque os custos da prospecção são menores. Segundo informes da Petrobras, a produção só acontecerá, de fato, daqui a seis anos!

Apesar disso, vai ter show com o Presidente, em plena plataforma, acionando o jorro do petróleo...

Que palanquezinho nojento este.

A diferença que faz uma vírgula

Uma vírgula pode deter uma ação... ou não:
  • Não, espere.
  • Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro:
  • 23,4.
  • 2,34.
Pode ser autoritária:
  • Aceito, obrigado.
  • Aceito obrigado.
Pode criar heróis:
  • Isso só, ele resolve.
  • Isso só ele resolve.
E vilões:
  • Esse, juiz, é corrupto.
  • Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução:
  • Vamos perder, nada foi resolvido.
  • Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião:
  • Não queremos saber.
  • Não, queremos saber.
A vírgula pode condenar ou salvar:
  • Não tenha clemência!
  • Não, tenha clemência!
Uma vírgula muda tudo.

(Da campanha dos 100 anos da ABI -Associação Brasileira de Imprensa)


Agora escolha onde por a vírgula (pense antes de responder):

Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura.


A cena roubada

Os guitarreiros de plantão concordam: Joe Satriani é tido como um dos maiores guitarristas da atualidade. Então, não poderia deixar de ir ver o monstro, quando se apresentou aqui em Brasília. Um verdadeiro espetáculo de malabarismo sonoro-digital (digital de "dedo", mesmo - nada a ver com computador).

Mas ainda sinto saudade de um Hendrix, que entortava o instrumento de trabalho e a cabeça dos ouvintes e ainda assim produzia músicas... cantáveis. Por ele mesmo, ainda por cima. Por isso, adorei quando, na apresentação da banda que abriu o show, o Kiko Péres homenageou o mestre com "Who Knows". O som ficou no chão do palco como uma bruma a lembrar das origens do que aconteceria em seguida.

Não foi por acaso, portanto, que quando o baixista Stuart Hamm apresentou-se sozinho, num momento de intervalo do alucinado Satriani, percebi que tinha valido o preço do ingresso (se bem que o havia ganhado de presente). Tocou (arpejou, solou, batucou...) "Going to California" do Led Zeppelin nas quatro únicas cordas do seu baixo e roubou a cena. Ou o show inteiro, talvez.

Em tempo: para quem não os conhece, a lagartixa albina (à direita) é o Joe. O balofão (à esquerda) é o Stu.

Paz.




Sanidade




Geografia dos sexos

Geografia da MULHER: Entre os 18 e 22 anos, a mulher é como a África: meio descoberta, meio selvagem, fértil e naturalmente bela. Entre os 23 e 30 anos, a mulher é como a Europa: bem desenvolvida e aberta a relações de negócios - principalmente com alguém com muito dinheiro. Entre os 31 e 35 anos, a mulher é como a Espanha: muito quente, tranqüila e absolutamente convencida de sua própria beleza. Entre os 36 e 40 anos, a mulher é como a Grécia: envelhecendo suavemente mas ainda assim com muito calor e desejável de se conhecer. Entre os 41 e 50 anos, a mulher é como a Inglaterra: com um passado cheio de glórias e conquistas. Entre os 51 e 60 anos, a mulher é como Israel: experiente de guerra e sem cometer o mesmo erro duas vezes, resolve qualquer parada. Entre 61 e 70 anos, a mulher é como o Canadá: preocupa-se muito com a auto-preservação, mas aceita novas pessoas. Depois dos 70, ela é como o Tibet: lindíssima, com um passado misterioso e a sabedoria dos tempos imemoriais. Só aqueles com grande espírito de aventura e sede de conhecimento espiritual a visitam. A geografia do HOMEM Entre 1 e 70 anos, o homem é como o Irã: totalmente governado na base do cacete.

Adagiário #080805

Sabedoria popular:

- Agulha sem fundo não arrasta linha.

- Cada um estica os pés até onde vai o lençol.

- Desgraça de pote é caminho de rio.



Aeropelado

Senhoras e senhores, a partir deste momento os cintos de segurança podem ser desfivelados, juntamente com calças, camisas e demais itens de indumentária... Não é piada, não. É idéia da empresa de turismo Castway (que também tem outros pacotes interessantes) e a proposta é justamente viajar pelado! Imagino que o ar condicionado deva ser mantido em temperatura agradável para pouca roupa durante o vôo. Para quem se interessar, tem mais fotos no site da Naked-Air. Bom proveito.

Adagiário #080701

Sabedoria popular:

- Para bom entendedor, piscada de olho é mandado.

- O que mais agüenta peso neste mundo é pau em pé e mulher deitada.

- Dizer-de-boca é manejo dos "queixo" (isto é: o falar, sem agir, não tem valor).

Ignorância e preconceito

A 7ª Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho) recentemente rejeitou o recurso de um trabalhador e manteve a demissão por justa causa, por entender que, se ele utiliza o e-mail corporativo para assuntos particulares, seu acesso pelo empregador não representa violação de correspondência pessoal nem de privacidade ou intimidade, como alegou o empregado, pois se trata de equipamento e tecnologia fornecidos pela empresa para utilização no trabalho.

Pela linha de raciocínio do TST, seria plenamente justificado vistoriar o uso de aparelhos de telefone e números de ramais pessoais, pois constituem, igualmente, "recursos corporativos para o exercício das atividades do trabalho".

O inciso XII da Constituição Federal diz que "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal". Trata-se de direito fundamental do cidadão e a quem pertence os recursos tecnológicos utilizados para a efetivar a comunicação é irrelevante, por isso sequer é mencionado.

Entretanto, o TST afirma que vasculhar a correspondência pessoal do trabalhador é justificado porque o e-mail corporativo é uma ferramenta de trabalho. E o telefone, não é? A mesa de trabalho e suas gavetas, não são? Chega-se à conclusão de que o TST concordaria com o grampo telefônico na empresa e a revista de gavetas e armários de funcionários durante a noite.

A "grande rede" só chegou onde chegou por causa de sua premissa fundamental de "não-confiabilidade". Isto é: o protocolo padrão das comunicações, em princípio, não garante a entrega de nenhuma mensagem! A Internet funciona na base da cooperação. Uma mensagem é repassada de um computador para outro até que chegue ao seu destino - ou não, dependendo dos problemas de comunicação encontrados entre um provedor e outro. Ora, se o serviço de mensageria é feito cooperativamente entre os integrantes da rede e ninguém garante a entrega das mensagens, que tipo de "recurso corporativo" pode uma empresa qualquer alegar que tem - fora o computador do funcionário? O nome do domínio ("minhaempresa.com")? Também não há como garantir que um determinado e-mail tenha sido mandado por quem aparece no campo "remetente". Todo mundo já recebeu algum tipo de correspondência indesejável de alguém que não tinha conhecimento de que seu endereço de e-mail estava sendo usado para propagandear dispositivos de aumento de pênis. Qualquer "spammer" sabe como fazer isso. Seguindo o raciocínio dos doutos juristas, qualquer um que tenha tido seu e-mail "corporativo" usado para mandar propostas indecorosas, então, poderia processar sua empresa, no mínimo, por danos morais. Pois se é recurso corporativo, a empresa teria que garantir a entrega de todas as mensagens e a proteção contra o uso indevido por terceiros. Como no caso dos cartões de crédito, o associado que teve seu cartão clonado não pode ser responsabilizado pelas transações ilícitas.

Muita gente acredita que os "e-mails" são como cartas envelopadas e encaminhadas por serviços de correios até os respectivos destinatários. Na verdade, a analogia mais aproximada do correio eletrônico é a do cartão postal - escrito a lápis. Qualquer pessoa pode ler o texto redigido no cartão durante seu encaminhamento (o carteiro, funcionários dos correios, vizinhos bisbilhoteiros, etc). Além disso, nada impediria que qualquer uma delas alterasse o conteúdo, suprimindo ou adicionando palavras ou até mesmo escrevendo um texto totalmente diferente do original. O protocolo cooperativo e relativamente simples de tratamento de mensagens da Internet é assim mesmo. Como se diz no jargão, as mensagens "trafegam em claro". Isso não quer dizer que todos os provedores ficam bisbilhotando tudo o que passa por seus computadores. Mas a possibilidade técnica existe e em alguns países, como a China, é norma. Portanto, a menos que se use um programa de criptografia forte, que embaralhe o texto, não há como (tecnologicamente) garantir o sigilo das mensagens com o protocolo padrão de comunicações. Então o TST não teria feito nada demais, ao aprovar o acesso à caixa postal daquele funcionário?

Pelo contrário. Só porque alguém pode facilmente interceptar a comunicação pessoal entre dois interlocutores não quer dizer que tenha o direito de fazê-lo. Além disso, segundo a Constituição, a violação do sigilo só poderia ser feita em último caso, no âmbito de investigação criminal ou processo penal!

Pela lei em vigor no Brasil, pornografia não é crime. Foto de gente pelada não é crime. Exceto quando se trata de pedofilia, a posse de textos, fotos, filmes, músicas e histórias de todo tipo de sacanagem não são crimes. Mandar e receber isso tudo, pra que gosta, também não é crime. Pode até ser de mau gosto, mas crime não é. Se o tal sujeito devia ser mandado embora porque era relapso, negligente, incompetente, inconveniente, detestável, etc, que fosse. Mas vasculhar as comunicações pessoais, desconsiderando direitos fundamentais de cidadania, para obter provas de "comportamento impróprio"... para mim, é polícia moral.

O que vem agora? Xariá? Chicotadas em praça pública?

Batutinhas #080628

Adagiário #080627

Sabedoria popular:

- Cajueiro doce é que leva pedrada.

- Duro com duro não levanta muro.

- Antes bom que de boa raça.


Terremotos abalam o norte do Ceará

Meados de maio...Uma semana depois...

NOT Made in Germany

Mês passado a câmara baixa do parlamento alemão (Bundestag) aprovou, depois de um quebra-pau com a igreja católica e por 346 a 228 votos, lei que regulamenta a pesquisa com células-tronco naquele país. Até então, os cientistas alemães só podiam usar células importadas e criadas antes de 2002. Era como trabalhar com sucata. A nova lei encurtou o prazo em cinco anos, permitindo a pesquisa com células importadas criadas até maio de 2007. É melhor trabalhar com material mais fresco mas a comunidade científica preferiria que não houvesse o limite de tempo. Segundo matéria na Der Spiegel, isso facilitaria a cooperação em projetos internacionais - sobretudo na Europa.

Por que a restrição a células importadas? Porque os parlamentares temem a "associação ao legado histórico de experiências cruéis com prisioneiros de campos de concentração na época do nazismo". Na matéria não aparece o termo "judeu" mas a ligação é automática. Que ridículo.

De todo modo, lá, pelo menos, os cientistas podem continuar as pesquisas.

Que Deus (não) nos acuda...

Quando eu era pequeno, aprendi que o Brasil, desde a proclamação da República, era um Estado laico. Quer dizer, o Estado não toma partido por uma religião e afasta-se por igual de todas elas. Assim pode arbitrar de modo imparcial, e na forma da lei, eventuais conflitos entre grupos religiosos particulares, evitando que esses conflitos se transformem em guerras religiosas fratricidas.

Entretanto, fica difícil acreditar na imparcialidade da justiça de uma casa onde, ao lado dos símbolos nacionais oficiais (bandeira e selo da República) posta-se ostensivamente o maior emblema religioso do mundo ocidental: Jesus crucificado, em imagem de sevícia escabrosa da qual nos querem fazer acreditar que somos culpados.

Agora vota-se Ação Direta de Inconstitucionalidade que pede a exclusão do artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05). Este artigo permite a utilização em pesquisas de células-tronco embrionárias fertilizadas in vitro e não utilizadas. Em essência, reciclagem de lixo. Na cabeça de carolas desocupados e mal-informados, um atentado ao direito à "vida".

Qual será o próximo passo? Votar a constitucionalidade do ensino nas escolas de que a Terra tem mais de seis mil anos de existência e que a evolução das espécies contraria a Bíblia?


Coincidências...


Quem entrar no site do Procon-DF vai ter duas surpresas: a primeira - e desagradável, é que a maioria dos links do menu à esquerda da tela não funciona; a segunda é uma curiosa semelhança da imagem do ícone de "destaques" com a bandeira do Iraque (pelo menos aquela em vigor até a invasão americana).

Alguém explicaria?