Blog, interrompido


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A pequena morte

Os franceses o chamam de "la petite mort". Um instante, no clímax do orgasmo, quando a pessoa desfalece por alguns segundos. É mais freqüente nas mulheres do que nos homens - embora não seja comum em nenhum dos dois. Antigamente acreditava-se que era causa de óbito: sexo demais podia matar as pessoas. Bandeira vitoriana, moralista, com certeza. Naquela época, era moda se preocupar muito com os "fluidos corpóreos" - ou com o desperdício deles. Provavelmente influenciados por Galeno, um médico grego da antigüidade que dizia haver quatro fluidos ou humores do corpo, associados aos quatro elementos da natureza: fleumático (água), sanguíneo (ar), colérico (fogo), melancólico (terra). As doenças dos seres vivos derivariam de um desequilíbrio entre esses fluidos. A ejaculação freqüente, entre outras coisas, comprometia o equilíbrio e a pessoa adoecia, podendo chegar à morte. Êita! - Bom, era o que pensavam. Bem como o surtado Gen. Jack D. Ripper, de "Dr. Strangelove", uma das obras-primas de Kubrik.

Entra em cena o "Beautiful Agony": um site dedicado à beleza do orgasmo humano (sic). Pode ser uma experiência muito erótica -- embora a única nudez exibida seja do pescoço para cima. Os "contribuintes" filmam-se tendo orgasmos e põem seus filminhos no site, para o deleite dos "associados". Segundo o dono do serviço, "não sabemos o que estão fazendo, nem como. Mas sabemos que é real e muito sexy". Pelo jeito, ninguém está mais preocupado com a quantidade de fluidos corpóreos derramada por aí.

Ah... isso é coisa de inglês. E sim, tem amostras grátis.

Ervas

Hoje recomeça, nos Estados Unidos, o seriado "Weeds" ("ervas"): Uma mãe-de-família da pasteurizada e alienada classe média americana passa a vender maconha para sua bem-comportada vizinhança depois que seu jovem marido morre de enfarto. Por trás da falsa moralidade, a sociedade se revela. Não bastasse o argumento provocativo e um elenco bem montado, os diálogos mordazes são hilários. Surpreendentemente, há tempos um seriado não batia tão forte na hipocrisia e ignorância da sociedade mais massificada do planeta. E continua no ar! A explicação vem dos próprios fãs: o tipo de gente que elegeu Bush não assiste a esse tipo de comédia inteligente. E quando assiste, não a entende muito bem. Além do mais, só é exibido na TV a cabo. Há! Mas o mundo todo acompanha os episódios, pela TV ou pela Internet.

Veja esse trecho de conversa entre Andy, o cunhado porra-louca, e Doug, membro do conselho municipal, enquanto se alternam cachimbando a "maria" (tradução minha):
- Bom, eu não vou pro Iraque lutar uma guerra de mentira por dinheiro de petróleo.
- Guerra de mentira? E o onze de setembro? O Irã não escondeu os terroristas?
- Estamos em guerra com o Iraque, Doug. E nenhum dos dois países teve nada a ver com a explosão das Torres Gêmeas.
- Bem... os dois têm areia.
- Bush invadiu uma nação soberana, afrontando as Nações Unidas. Ele é um criminoso de guerra. E agora querem que eu seja um de seus capangas, no meio do deserto, com a porra de um alvo na minha cabeça, esperando ir para os ares num carro com uma bomba armada por um moleque de 12 anos que adorava "Friends" e "Metallica" até que um de nossos mísseis explodiu a casa dele? Eu, não.
- Eles tinham armas de destruição em massa.
- Nunca houve armas de destruição em massa!
- Não? Bem... o que seja. Olhe, eu tenho um monte de coisas pra fazer.
- Me diga uma só coisa que você tem que fazer que seja mais importante do que a tomada de nossa democracia pelas corporações?
- Eu tenho que dar uma cagada.

Só uma coisa: se você estiver fora dos Estados Unidos, poderá não ver o site do seriado. Os produtores (Showtime) costumam não permitir acesso externo. Eis o link: www.sho.com/site/weeds/home.do

Não permitem, mas não conseguem impedir. Entre no site www.proxy.org, digite o endereço acima, escolha um proxy e deixe o espírito de liberdade da Internet agir. E veja as novidades do seriado.

Santo de casa

O progresso tecnológico dos últimos tempos é produto de inúmeras contribuições individuais de grandes homens e mulheres. De vez em quando, um nome é associado singularmente a uma idéia, e gostamos de chamá-lo de "pai" disso e "mãe" daquilo: Mme. Curie é a mãe da radioatividade. Einstein é pai da relatividade. Volta é pai da pilha elétrica, Tesla das bobinas, Hertz das ondas eletromagnéticas, Marconi é do rádio... Ôpa!

Você pensou em Marconi, também, não é? Mas a verdade é que um brasileiro, um padre gaúcho, chamado Roberto Landell de Moura é que seria o nome certo. Marconi é o do telégrafo. Aquele que faz bi-biii-bi, sinais baseados no código bolado por Morse, com o operador fazendo curto-circuito nos fios. E Graham Bell é o do telefone. Na base do fio também. De um aparelho para outro, ligados entre si. Não existia a transmissão de voz, sem fios, pelo ar. Porque não sabíamos disso? Talvez pela incompreensão dos contemporâneos de Robertinho, o porra-louca da época: em lugar de receber glória, sofreu o ridículo e a perseguição. O homem era chamado de "lunático, louco, bruxo e diabólico". Nem os seus superiores religiosos foram capazes de apoiá-lo e chegaram a proibi-lo de continuar com suas "estranhas manias de inventar aparelhos elétricos e de tentar transmitir a voz a distância".

Em 1901, foi pra gringolândia, em busca de melhor sorte. Comeu o pão que o diabo amassou, mas conseguiu, pelo menos, patentear três inventos originais para "um transmissor de ondas", um tipo especial de "telégrafo sem fios" e outro de um modelo pioneiro de "telefone sem fios" (patentes de números 771.917, 775.337 e 775.846 do U.S. Patent Office). Voltando ao Brasil, continuou sem o apoio de seus conterrâneos. Tentou fazer a demonstração de seus equipamentos em navios da Marinha de Guerra, no Rio de Janeiro, mas não foi levado a sério. Conta-se que, quando um auxiliar do Presidente Rodrigues Alves lhe perguntou a que distância queria que os navios ficassem da costa, para a realização das experiências, o padre lhe respondeu: "A quantas milhas quiser, pois meus aparelhos podem funcionar a qualquer distância e poderão servir, no futuro, para comunicações interplanetárias". O pedido foi arquivado, sob a alegação de que a "Marinha tinha coisas mais importantes a fazer do que se submeter a experiências de padres malucos".

É isso aí, Robertinho, religioso e cientista (que mistura!): santo de casa não faz milagre. Mas quem sabe a Internet não consegue resgatar sua história e lhe fazer justiça? Já não seria sem tempo. Façam uma busca no Google a procura dele. Vocês vão se surpreender.

E repitam comigo: Landell de Moura, o pai da transmissão da voz por rádio, avô do telefone celular!

Tudo o que já foi, será.


A partir de outubro de 2006 os Estados Unidos passarão a emitir "passaportes digitais" para seus cidadãos. E poderão não aceitar a entrada de estrangeiros cujos países de origem não adotem também a mesma novidade tecnológica. O argumento é que esse tipo de passaporte, que leva um "chip" embutido e assinado digitalmente pelo país emissor, garantiria o fim das falsificações. O Brasil já anunciou que estava dentro. Outros países, sobretudo os europeus, também seguiram a idéia -- mas alguém pode ter puxado o gatilho antes da hora. O polêmico passaporte contém um "chip" que transmite os dados de identificação por rádio ("RFID - Radio Frequency Identification") que seriam captados automaticamente por dispositivos instalados nos guichês de controle de portos e fronteiras. Acontece que Lukas Grunwald, um consultor de segurança da informação alemão, afirma que os passaportes digitais são facilmente clonados. Demonstrou isso para a revista Wired e repetiu a demonstração semana passada, durante a "Black Hat" - um evento de segurança que ocorre em Las Vegas. O "Engadget", site de novidades tecnológicas anunciou que na Holanda, o programa de TV "Nieuwschlit" mostrou como uma empresa de segurança local conseguiu decifrar os dados gravados no protótipo do "e-Passaporte" holandês. Apesar de ser difícil alterar os dados criptografados no passaporte digital, o fato de que ele pode ser clonado com tanta facilidade é, no mínimo, assustador. O "The Register", inglês, fez uma matéria mostrando como é fácil clonar um passaporte biométrico. E para se falsificar uma identidade nem precisa clonar o documento inteiro. Basta copiar os dados para um cartão com "chip" (desses de banco, mesmo) e colocá-lo entre as páginas do passaporte. Como o dispositivo leitor só consegue "ler" um documento por vez, se o cartão ficar mais próximo dele, os dados do cartão é que serão processados. As maquinações não param por aí. Um leitor de RFID pode ser comprado pela Internet da empresa ACG Id (alemã), por exemplo. Ele pode também ser montado em casa por cerca de 200 dólares, diz Grunwald. Pode-se até adaptar uma antena em leitores de cartões já existentes. Além de servir para a clonagem, esses leitores podem ser acoplados a computadores do tipo "palmtop" e usados como dispositivos detonadores altamente seletivos: quando a vítima, carregando seu passaporte, se aproxima do aparelho leitor, a bomba explode! Se o objetivo principal do novo documento era garantir a identidade do titular, Grunwald aplicou uma bela rasteira no que ele chamou de "grupos de burocratas que tomam decisões a respeito de tecnologias que não entendem". O fornecedor da tecnologia de RFID dos passaportes brasileiros é a Bull, que em seu site anuncia que em dezembro de 2005, assinou contrato de 21 milhões de reais com o SERPRO para o fornecimento de produtos e serviços para uma solução de gerenciamento de controle de fronteira, para ser usado pela Polícia Federal. Mal o serviço foi idealizado, já surgiram as primeiras falsificações. Como nos velhos tempos do papel e prensa de tinta. Só que agora sai mais caro pra gente.

Quem avisa, amigo é.


"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. "Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso, não conhece a natureza humana." - Mikhail Alexandrovitch Bakunin, anarquista russo do séc. XIX.

Lucy in the Sky with Diamonds

Até a década de 70 não havia televisão a cores no Brasil. Mas ouvíamos que isso já era realidade na gringolândia. Enquanto não chegávamos lá, as pessoas inventavam os mais estranhos artifícios para colorir, na marra, o mundo televisivo. Um deles, que me lembro bem, era grudar uma espécie de plástico transparente pintado com faixas de várias cores sobre o vidro do tubo de imagem (ninguém chamava aquilo de "tela"). As faixas translúcidas de matizes azuis, laranjas, verdes, lilás, atravessadas sobre as imagens davam uma aparência psicodélica à programação. Eu achava o máximo ver uma grama laranja e um céu lilás. Pena que as cores ficavam sempre na mesma posição.

Hoje ninguém mais pensa nisso. Todavia, para divertimento, que tal brincar de cores mágicas? Fixe o olhar no ponto preto, no centro da imagem abaixo. Depois de uns 30 segundos, passe o mouse sobre ela. As cores surgirão magicamente e ficarão lá enquanto você não desviar os olhos.

Marte não ataca!

Não, eu não me interessaria por comprar um terreno na Lua. Nem seria de interesse para a maioria das pessoas que conheço. A não ser, talvez, se o anúncio estivesse na Internet, cheio de testemunhos e referências. Afinal, a Internet é confiável... Alô! Entra em cena a última "notícia" do mundo científico: dia 27 de agosto deste ano, o planeta Marte, nosso vizinho, passaria tão perto da Terra que seu tamanho aparente seria igual ao de uma Lua cheia. Para ninguém passar vergonha nem se decepcionar nesse dia, ofereço esta informação: Está certo que Terra e Marte circundam nosso Sol em órbitas diferentes e ligeiramente ovais. Por isso, no decorrer dos anos, podem passar às vezes mais próximos ou mais distantes um pelo outro. Mas isso acontece em escala astronômica, naturalmente. Ou seja: a distância entre a Terra e Marte varia de 56 milhões a 400 milhões de quilômetros. Isto quer dizer que mesmo quando Marte está mais próximo, ainda estará 145 vezes mais distante que a nossa Lua, que gira em torno de nós a meros 385 mil quilômetros. Não vai passar de um estrela mais brilhante no céu. Aliás, agora estamos justamente um em oposição ao outro. A NASA tem um gráfico que mostra a situação direitinho, para você conferir. De outro lado, a próxima passagem mais perto de nós ocorrerá, de fato, no dia 18 de dezembro de 2007. Quem tiver um bom binóculo ou uma luneta, poderá ver os imensos canais na superfície do planeta vermelho. Quem sabe até distinguir a camada de gelo que se acumula nos polos...

Com muita classe

Chapéu de feltro. Humphrey Bogart. Cine Noir. Se você curte nostalgia dos anos 30-40, vale a pena visitar o Fedora Lounge. Nas palavras do seu idealizador, ou "o cara responsável", como é conhecido, é como se fosse um clube social daquele tempo, onde as pessoas se encontram para trocar dois dedos de prosa enquanto saboream charutos e "brandy".

Os assuntos incluem as boas coisas da vida, carros, roupas, chapéus (claro), música, cinema, a II guerra e tudo o mais relacionado àquelas décadas. Ah... "fedora" é o nome daquele chapéu de feltro macio com vinco vertical característico.

Coup de Boule

Eu sei... Já se falou demais sobre o assunto. Mas não pude resistir. E explico: A França continua, cada vez mais, a se tornar mesmo africana. A seleção de futebol é basicamente afro e a "tube de l´été" (sucesso do verão) é a "Coup de boule" (cabeçada) - uma musiquinha ao ritmo africano, que fala dos feitos do Zidane e de terem perdido a copa.

Mesmo assim, os imigrantes daquele continente que foram ocupar empregos indesejáveis e seus descendentes continuam a não ter direito à cidadania francesa. Os primeiros, vá lá. Mas os filhos, que já nasceram no país, estudaram nas escolas e integram hoje a cultura local não merecem a negação da cidadania. Não têm sotaque de estrangeiro, não sabem de nada do país de origem dos pais, nem se interessam por eles - aliás, também não têm cidadania daqueles países. São franceses, mon Dieu!

Esta situação causa os mais terríveis conflitos pessoais, familiares e sociais: as famílias cujos pais são mulçumanos e as mães são francesas sofrem mais, pois os filhos (homens) vêem as mães como prostitutas dos pais. E as irmãs? Bom, é melhor não perguntar pro Zizou.

É de enlouquecer.

Coup de Boule
(baixe o arquivo mp3 do site L'Express)

Attention c'est la danse du coup de boule coup de boule
Coup de boule a droite
Coup de boule a gauche
Aller les bleus aller

Refrain
Zidane il a frappé
Zidane il a tapé ( 4 fois )

Le rital il a eu mal
Zidane il a frappé
L'italie ne va pas bien
Zidane il a tapé
L'arbitre la vu a la télé
Zidane il a frappé
Mais la coupe on la raté
On a quand même bien rigolé

Refrain

Trézégué n'a pas joué
Quand il a joué il a raté
Il a tout fait capoté
La coupe on la raté
Barthez n'a rien arrêté
C'est pourtant pas compliqué
Les sponsors sont tous fachés
Mais Chirac a bien parlé

Refrain

Attention c'est la danse du coup de boule coup de boule
Coup de boule a droite
Coup de boule a gauche
Coup de boule avant
Coup de boule arrière
Et maintenant Pénalty
Attention il va tiré 1, 2, 3, c'est raté

Refrain

On a quand même bien rigolé
Zidane et Trézégué
La coupe on la raté
Zidane et Trézégué ( 2fois )
Et Trézégué