A pequena morte

Os franceses o chamam de "la petite mort". Um instante, no clímax do orgasmo, quando a pessoa desfalece por alguns segundos. É mais freqüente nas mulheres do que nos homens - embora não seja comum em nenhum dos dois. Antigamente acreditava-se que era causa de óbito: sexo demais podia matar as pessoas. Bandeira vitoriana, moralista, com certeza. Naquela época, era moda se preocupar muito com os "fluidos corpóreos" - ou com o desperdício deles. Provavelmente influenciados por Galeno, um médico grego da antigüidade que dizia haver quatro fluidos ou humores do corpo, associados aos quatro elementos da natureza: fleumático (água), sanguíneo (ar), colérico (fogo), melancólico (terra). As doenças dos seres vivos derivariam de um desequilíbrio entre esses fluidos. A ejaculação freqüente, entre outras coisas, comprometia o equilíbrio e a pessoa adoecia, podendo chegar à morte. Êita! - Bom, era o que pensavam. Bem como o surtado Gen. Jack D. Ripper, de "Dr. Strangelove", uma das obras-primas de Kubrik.

Entra em cena o "Beautiful Agony": um site dedicado à beleza do orgasmo humano (sic). Pode ser uma experiência muito erótica -- embora a única nudez exibida seja do pescoço para cima. Os "contribuintes" filmam-se tendo orgasmos e põem seus filminhos no site, para o deleite dos "associados". Segundo o dono do serviço, "não sabemos o que estão fazendo, nem como. Mas sabemos que é real e muito sexy". Pelo jeito, ninguém está mais preocupado com a quantidade de fluidos corpóreos derramada por aí.

Ah... isso é coisa de inglês. E sim, tem amostras grátis.

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