Comendo por dentro

 

Até que enfim alguém corroborou o que venho falando há algum tempo.

E não foi qualquer um, não. Eric Raymond é peso-pesado no mundo Linux e FOSS. Não vou repetir o que já foi bem dito por ele no blog e comentado pelo Gardiner em seu canal do YT. Vou deixar os dois links, para quem quiser conferir.

Em poucas palavras, a MS está fazendo com o Windows na era Linux algo parecido com que fez com o DOS na era Mac (leia-se "janelas"). Quem não se lembra do velho

C:>win  ?

Só não concordo com a visão de "guerra" entre as plataformas. Acho que está mais para evolução, adaptação (ao mercado), convergência e, por que não, inovação ?

Você decide

 


Escrevi num grupo de zapzap de Sétima Arte, a respeito de comentário de Mauricio Thomaz sobre o filme "O dilema das redes", postado no Catraca Livre.

O artigo é interessante mas da forma em que foi apresentado parece um tanto niilista e panfletário. Vejamos: Evidencia a impotência das pessoas diante do aparato tecnológico usado no mundo capitalista. Sugere regulamentação a fim de salvar os oprimidos pela engenharia social. Mostra a consequência das fake news (elas "foram decisivas para as eleições de Trump e Bolsonaro"). Ou seja, você é um ser impensante, manipulado e indefeso a mercê de um modelo econômico do mal. Dói menos não saber disso.

Há alternativa melhor.

Como este grupo é da Sétima Arte, continuarei meu comentário nesse contexto. O filme de referência, "The Social Dilemma" (2020) mostra fatos que nos possibilitam entender como a era da informação que adentramos pelo menos desde "1984" (1984) realmente funciona - pelo menos uma parte dela, certamente. O filme é um "Apocalypse Now" (1979).

Vi num documentário (não recordo o nome) que no começo da revolução industrial, muitas pessoas acreditavam que quem ousasse andar naquele novo "veículo movido a vapor" ("Carros", 2006) morreria sem ar ao atingir a impensável velocidade de sessenta quilômetros por hora. Muitos até pediam a proibição daquela "Máquina Mortífera" (1987).

Desde então muitas pessoas morreram por causa daquela invenção, seja por algum "Acidente Estranho" (1967), por defeito mecânico ou até uma "Corrida Mortal" (2008). Mas ninguém morreu por "Asfixia" (2019). Nós aprendemos com as novidades e nos adaptamos às mudanças extremas que se seguiram.

Penso que na era atual isso se repetirá, desta vez com informação e desinformação, com mentiras e verdades. Os humanos aprenderão a viver na era da informação e conviverão com as peculiaridades dela da mesma forma como encararam a Era dos Descobrimentos e a Era Atômica. Não precisamos de regulamentação (o novo sinônimo de "censura"). Precisamos de mais informação e usar nossos neurônios para formar "Critical Thinking" (2020).

Não somos impotentes indefesos. Tal como na "Matrix" (1999), podemos escolher tomar a pílula vermelha, e aprender a viver na nova realidade dominando a informação, ou tomar a pílula azul e viver em bem-aventurada ignorância.

O poder de decisão é de cada um.


Morte inglória


Agora é oficial. Fim melancólico da arte pela arte. A "academia" estabeleceu padrões obrigatórios de diversidade e inclusão para filmes concorrerem ao tal "Oscar", carimbando definitivamente a sétima arte (pelo menos a hollywoodiana) como instrumento panfletário grosseiro.

Através da cortina de fumaça do politicamente correto vê-se claramente o ardiloso aparato de censura e de submissão ideológica. Como se os mestres do cinema nunca tivessem engajado em causas humanísticas, políticas, étnicas e culturais, entre outras. Mas não é disso que se trata, não é? Tem que ser a "causa certa". Tem que ser a "verdade certa". Pra eles.

Descanse em paz, "Ars Gratia Artis".


Estou pensando


Acabei de assistir o "Estou Pensando em Acabar com Tudo".

A tradução de I'm Thinking Of Ending Things , livro de Iain Reid, foi mal feita. Acho que "Estou pensando em acabar com tudo isso" seria mais fiel ao sentido original.

Os que leram o livro poderão ficar desapontados com o filme por vários motivos: - O livro é considerado "horror psicológico", gênero que foi automaticamente transplantado para a versão cinematográfica sem dó nem piedade. Não é. É um suspense. - Algumas passagens do livro não estão no filme (e vice-versa). Mas isso é natural e aceitável em qualquer adaptação. - O filme antecipa a reviravolta da trama. Não diria que é cedo demais para quem não leu o livro. - As falas são longas demais. Às vezes, são mesmo. Mas acho que ajudam a criar o clima de diálogo __________ (não vou dizer a palavra para não estragar a história).

Dito tudo isso, eu gostei do filme e o recomendaria, sim. Não é pra todos, certamente. Quem gostou do "Lost Highway" de David Lynch ou do "Enemy" de Denis Villeneuve vai se sentir em casa.