Baixaria nas alturas

O ator inglês Ralph Fiennes, de 44 anos, (A lista de schindler, O jardineiro fiel, O paciente inglês) se viu no meio de uma baixaria... nas alturas. No dia 24 de janeiro passado ele viajou da Austrália para a Índia, um longo vôo pela Qantas, de número QF123, assento 2K, classe executiva. Lá pelas tantas, ele e a aeromoça - ops, comissária de vôo, Lisa Robertson, uma australiana de 38 anos e ex-policial, batem um papo, rola um clima, a coisa esquenta. Para encurtar, a história acaba no toalete do avião. Aquele apertadinho, com porta sanfonada. Só com muito feromônio, mesmo. Discretamente, ele sai primeiro. Depois de alguns instantes, ela também deixa o cubículo. Até aí, nada além de uma historinha digna dos anais do "mile-high club" (grupo de pessoas que já fizeram sexo em avião). Talvez um dia ela contasse a façanha para suas amigas. Ele provavelmente teria esquecido o episódio antes mesmo de carimbar o passaporte na chegada.

Acontece que colegas da sortuda atendente de bordo supostamente viram-na sair do tal toalete, depois do Romeu. E os "colegas" não pediram autógrafo do artista famoso nem se ofereceram para dá-lhe o mesmo "tratamento" nem mesmo pediram para a sortuda matar a curiosidade - "Ele transa legal?", "É bonito?" ou o que quer que as mulheres perguntem... Os infelizes denunciaram o ocorrido à companhia. Entregaram. Delataram. Alcagüetaram. Cabuetaram. Dedaram (isso, talvez, não). Enfim, Lisa foi suspensa e pode perder o emprego. Ralph vai bem, obrigado. Que baixaria!

Fera que vive de vento

Esta é uma ilustração do Frei André Thevet (1502-1590), entitulada "Fera que vive de vento". O franciscano participou da excursão de Villegagnon ao Brasil e muitos historiadores atribuem a ele (e não a Jean Nicot) a introdução do fumo na Europa. As sementes teriam sido levadas de Pindorama por ele mesmo, que reportava efeitos medicinais da aspiração da fumaça das folhas. Não sei se havia alguma coisa além de tabaco no "tratamento", mas tinha que se ter muita fumaça nas idéias para chegar num bicho desses.

Viver de vento não é fácil.

A mesma dificuldade passa o portal "Domínio Público", uma iniciativa do MEC de montar acervo de arquivos multimídias (imagens, sons, filmes, livros) de obras com divulgação autorizada para o público. Aparentemente, se o número de visitas não aumentar (leia-se: se não houver interesse por parte da população cibernavegante), o "site" será desativado. Agora pense: onde mais se pode ter acesso livre e grátis a mais de 700 obras da literatura portuguesa? Palestras, documentários? Ilustrações como essa do tema? É absurda a desativação do portal ainda em sua infância. Não se pode perder a oportunidade de divulgá-lo.