Conforto no ar não é novidade II

Não sou muito de postar imagens, sem fazer comentário ou reclamar de alguma coisa. Mas quase dá para fazer uma exceção, no caso destas aqui. As imagens falam por si. Se você tem que viajar a serviço, sabe muito bem o que é encarar 12 horas numa lata de sardinha, dividindo um mínimo de espaço com viajantes-deslumbrados-pela-primeira-viagem, gringos mal-educados que pensam que são os donos do mundo, emergentes que passam o tempo todo falando da 'última vez que estivémos em Paris' (eu sei que estivemos não tem acento agudo, eles, não)...

Brasileiro acha que viajar a serviço é "chique". Pro exterior, nem se fala. Pode voltar para a terrinha e dizer que esteve na Zoropa. Vale mais que um aumento de salário! Já virou prêmio. Na gringolândia o empregador puxa saco, dá hora-extra, bônus. Sabe que o desconforto é grande e que o empregado está, de fato, no trabalho, as 24 horas do dia - só volta para casa no final da viagem. Por isso existe a tal 'classe executiva', mal traduzida de 'business class', que no termo original não restringe o entendimento apenas aos 'executivos'. Afinal, técnico, como eu, também viaja a negócios. Ou melhor, a serviço de alguma empresa ou órgão do governo. Se não sou turista, porque minha classe é 'econômica' ou 'turista'? Quando chego ao destino, não vou encontrar amigos nem passear em lugares pitorescos. Encaro um dia de trabalho intenso ("afinal, a viagem não era exatamente para isso?") e ninguém quer saber do tal "jet-lag" - isso só acontece em novela, com atores lindos e madames sensíveis.

Enquanto isso, babem comigo: (cliquem na imagem para vê-las em tamanho maior)

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