Gêmeo de si mesmo

Chimera d'arezzo, fi, 04


Na mitologia grega, a Quimera (Χίμαιρα) era um monstro que tinha cabeça e corpo de leão, além de duas outras cabeças, uma de dragão e outra de cabra. Outras descrições trazem apenas duas cabeças ou até mesmo uma única cabeça de leão, desta vez com corpo de cabra e cauda de serpente, bem como a capacidade de lançar fogo pelas narinas. Homero descreve brevemente essa criatura na Ilíada e é a mais antiga referência dela que se tem conhecimento. Em zoologia, um animal que tem duas ou mais populações de células geneticamente distintas que teve origem em diferentes zigotos é chamado de quimera.

O quimerismo em humanos acontece quando dois óvulos fecundados se fundem antes do quarto dia de gestação, misturando informações genéticas sem que o indivíduo sofra grandes mutações. Se a fusão entre os óvulos ocorrer após o quarto dia, eles produzirão gêmeos xifópagos (siameses).

Dentro dos quatro dias iniciais de gestação, se os óvulos forem de sexos diferentes, o indivíduo nascerá hermafrodita, ou intersexual. Se os óvulos forem do mesmo sexo, o indivíduo não apresentará nenhum tipo de deformidade e poderá viver sua vida inteira sem se dar conta de sua característica incomum. Talvez por isso haja tão poucos casos de quimeras registrados.

Os casos de quimerismos genético se tornaram mais evidentes depois do aparecimento dos testes de paternidade por DNA. Em um caso famoso reportado pela rede ABC americana, Lydia Fairchild, no processo de separação de seu marido, fez o teste de paternidade em seus filhos para provar quem era o pai deles. O resultado inicial foi que ela é que não poderia ser a mãe, embora os filhos fossem mesmo do suposto pai. Sem entender o resultado, os médicos estenderam o exame para os pais e irmãos dela e, pelos resultados do segundo exame, os pais de Lydia eram realmente os avós, mas o DNA correspondente à parte dela era igual a de seu irmão. Dada a impossibilidade de dois homens terem um filho, percebeu-se que havia algo incomum com a mãe. Após vários testes de DNA ficou comprovado que ela era uma quimera genética.

Uma pessoa normalmente carrega 50% da informação genética da mãe e 50% da informação genética do pai. Indivíduos com quimerismo carregam 100% da informação genética de ambos em partes diferentes de seu próprio corpo. No caso de Lydia, ela tinha 100% do DNA de seu pai nos cabelos e nada do de sua mãe. Já numa amostra de pele, foi encontrado 100% do DNA da mãe e nenhum traço do DNA do pai. Os filhos dela são normais e carregam 50% do DNA do pai biológico, ou seja, o quimerismo não é hereditário: é fruto do acaso que pode acontecer com qualquer pessoa. Você pode ser uma quimera, seus filhos poderão ser e talvez você nunca fique sabendo disso!

Um comentário:

  1. Anônimo11.6.12

    Essa quimera me lembra a besta que diz na biblia '-'

    ResponderExcluir